Mostra documental da Escola do Torne (Vila Nova de Gaia – Portugal) – Cooperação arquivística entre o Município de Gaia e a Igreja Lusitana (comunhão anglicana: um exemplo de partilha integrada de interesse público)
A promoção e a salvaguarda dos interesses próprios das populações, designadamente, no domínio do património e cultura, constituem um dever legal a cargo dos municípios, competindo-lhes assegurar, em parceria ou não, o levantamento, classificação, administração, manutenção, recuperação e divulgação do património natural, cultural, paisagístico e urbanístico do município, assim como apoiar e comparticipar atividades de natureza cultural que se revistam de interesse para o Concelho.
O Município de Vila Nova de Gaia, ciente desta obrigação e conhecedor do elevado valor cultural e histórico que o património arquivístico da Igreja Lusitana Católica Apostólica Evangélica (ILCAE) tem para o Concelho, estabeleceu com esta instituição privada, em finais de 2016, um acordo de colaboração que se traduz numa parceria para a valorização do respetivo acervo arquivístico.
No âmbito desta parceria, e inseridos no Plano Estratégico da ILCAE de 2018, realiza-se hoje dia 20 de setembro de 2018 uma exposição histórico-documental intitulada “Torne – um lugar na história (1868-2018)”. Esta exposição destacará os principais aspetos do serviço educativo e social que esta instituição vem prestando à população de Gaia desde os tempos do seu fundador Diogo Cassels (1844-1923).
As instituições públicas têm vindo nos últimos anos a sensibilizar os organismos privados que dispõem de arquivos de interesse relevante para a necessidade de procederem à respetiva divulgação, não apenas enquanto instrumentos de promoção cultural, mas também enquanto garantes de valores democráticos. Assim, o objetivo deste acordo foi a valorização arquivística do espólio da ILCAE, cuja natureza intrínseca foi considerada de “interesse público”, na medida em que a documentação que possui viabiliza o estudo e conhecimento da história e identidade da região. Daqui decorre o cariz desta iniciativa que poderá servir como exemplo para outras instituições partilharem o seu saber, o seu património arquivístico que é de todos e para todos!