(Archivoz) Tem um percurso diversificado, desde a sua formação em recursos humanos, até à ciência da informação – O que mudou, no seu entender, na forma como se encara a informação e a sua gestão?
(Milena Carvalho) Atualmente, os profissionais que lidam com a Ciência da Informação (CI) concentram-se no fenómeno da informação como fenómeno humano e social no contexto do paradigma pós-custodial, informacional e científico que caracteriza a ciência da informação. A gestão eficaz da informação depende dos profissionais, que não se limitam aos profissionais mais convencionais, como arquivistas e bibliotecários, mas também aos profissionais mais modernos, como gestores de conteúdo. Parece-nos que a designação de gestores da informação é mais abrangente e abarca todas as funções que os gestores da informação desempenham para acompanhar a evolução tecnológica e atender às necessidades dos utilizadores da informação, sejam eles organizações públicas ou privadas.
Como resultado, é necessário incorporar novas competências e normas de comportamento profissional em Códigos de Ética e Deontológicos, especialmente no campo da ciência da informação, para se ajustar à atualidade em constante mudança.
Numa perspectiva transdisciplinar, em que ocorre uma fusão e aporte de diferentes dimensões e perspectivas sobre o mesmo objeto de estudo, neste caso, a informação, considero que o meu perfil diversificado não é algo limitador, mas antes enriquecedor e que alimenta a visão holística da CI atual.
Basta verificarmos que, atualmente, não existem diferenças de formação no que concerne aos perfis profissionais dos licenciados uma vez que os conteúdos devem ser adquiridos de forma global, tendo-se anulado separações artificiais.
Com base no novo paradigma da era pós-custodial, pensar sobre a informação implica uma visão integrada, o que significa que não é lógico organizar os serviços de informação apenas para fins instrumentais, separando artificialmente os seus componentes. A informação é gerada por agentes que trabalham num determinado contexto organizacional, sejam eles da área administrativa, técnica ou científica. Em vez disso, é mais proveitoso pensar em sistemas que integrem diferentes áreas.
Vivemos tempos de mudança e os perfis profissionais não se podem estagnar nem fechar sobre si mesmos. Nós, enquanto formadores de profissionais, temos o dever de promover discussões sobre temáticas que impactam diretamente na atuação profissional dos nossos diplomados. Nessa perspetiva organizamos anualmente o Encontro de CTDI e mais recentemente dinamizamos o 1º Think Tank em Ciência da Informação.
A ideia para a formação deste Think Tank da CI surgiu na sequência da realização, no ano de 2021, das XVIII Jornadas de Ciência da Informação da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e do XV Encontro da Licenciatura em Ciências e Tecnologias da Documentação e Informação do Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Politécnico do Porto, (ISCAP). A iniciativa partiu de algumas colegas que fazem parte da subárea da Ciência da informação do ISCAP, e é constituído por docentes da área da Ciência da informação, das universidades do Porto, Coimbra, Lisboa, Aveiro e respetivas Associações como a BAD (Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas, Profissionais da Informação e Documentação) e a APDIS (Associação Portuguesa de Documentação e Informação de Saúde) totalizando 15 membros. O primeiro tema de discussão foi a proposta de reflexão sobre a atualização do “Código de ética para os profissionais da informação em Portugal”. A reflexão sobre este tema originou uma comunicação apresentada no 14ª Congresso nacional da BAD, 2023, intitulado: “A Ética e deontologia da informação: o debate necessário”.
A existência e as trocas salutar de ideias e de opiniões que ocorreram no âmbito das reuniões do Think Tank, permitiram a alguns membros perceberem que estavam alinhados no que concerne à temática em discussão tendo, esta interação, culminado na publicação, em abril de 2024, de um capítulo de um livro, inserido no e-book Humanidades e Ciências Sociais: Perspectivas Teóricas, Metodológicas e de Investigação IV. O capítulo, da autoria de 9 membros do Think Tank, intitula-se “Proposta de um código deontológico dos gestores de informação-contributos éticos e deontológicos.” (está acessível em:
No que concerne ao processo de gestão das organizações, a Gestão de Informação desempenha um papel importante porque, desde que realizada de forma eficaz e eficiente, permite às organizações adequar o seu funcionamento e os processos de negócio aos objetivos traçados. Estas devem estar atentas ao meio ambiente de forma a garantir respostas perante novas situações e contextos que decorrem das alterações supracitadas e que podem vir dos mais variados quadrantes: economia, política, sociedade, legislação, entre outros. Assim, devem assegurar uma monitorização do meio ambiente, enquanto ecossistema em que a organização opera como garantia de atualização e capacidade proativa para não ser surpreendido e estar preparado a agir. Neste sentido é necessário enquadrar o estudo da Gestão de Informação na CI, procurando compreender a sua origem e desenvolvimento enquanto ciência, definindo o seu objeto e método.
(Archivoz) Começou o seu percurso académico com um mestrado em torno de um arquivo pessoal, intitulado “Estudo de caso: Organização da Informação do Arquivo Pessoal Barbedo de Magalhães – Aplicação do Modelo Sistémico.” Pode-nos elucidar sobre este modelo de gestão de informação?
(Milena Carvalho) Nesta dissertação (acessível em:https://dspace.uevora.pt/rdpc/handle/10174/23200, pretendeu-se testar a aplicação do modelo sistémico e interativo a um arquivo pessoal de cariz político, assim como avaliar e validar a utilidade de tal procedimento na organização e acesso à informação do mesmo.
Trata-se de um estudo de caso sobre o arquivo pessoal Barbedo de Magalhães (https://sigarra.up.pt/feup/pt/func_geral.formview?p_codigo=206282), que reúne essencialmente documentação sobre a luta do Povo de Timor-Leste contra a ocupação e respetivo processo de autodeterminação, [1960 …], constituído por 814 pastas, na altura (2014) incorporada na instituição IASI (International Institute for Asian Studies And Interchange) sediada na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP). Na atualidade o Arquivo do Arquivo Professor Barbedo encontra-se na Biblioteca da FEUP https://arquivo.up.pt/descriptions/242600.
O modelo proposto para organizar e tornar acessível a informação deste arquivo resulta de um novo paradigma pós-custodial, informacional e científico que vem sendo defendido por arquivistas, como por exemplo Armando Malheiro e Fernanda Ribeiro docentes na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, considerados os pais da ciência da informação em Portugal, não satisfeitos com a anterior abordagem “clássica” da arquivística. Segundo este modelo, o arquivo é encarado como um Sistema dinâmico de Informação sobre o qual, à luz de um novo enquadramento teórico-metodológico, se impõe uma análise e caracterização orgânica e funcional do produtor da informação bem como das interações deste com o meio envolvente. Entende-se que só assim, através da reconstituição do contexto originário de criação/acumulação da informação e da preservação da memória de todo o processo que lhe deu origem, se pode proporcionar uma utilização eficaz e rigorosa da mesma, compreendendo o sistema de informação em toda a sua complexidade.
Este modelo considera os arquivos como sistemas de informação, com características e comportamentos específicos, e destaca a importância da informação independente do suporte físico. Podemos referir que a principal característica do modelo sistémico e interativo é abordar de forma pós-custodial os arquivos, não apenas como entidades custodiais, cujo único objetivo é permitir o acesso aos documentos, mas essencialmente focando-se na produção, no fluxo e na difusão da informação, independente do suporte físico. É essencial manter a memória do processo da criação e da acumulação de informações, não dependendo do suporte físico para criar, transmitir e distribuir informações. O foco é a informação como objeto de estudo. A análise e caracterização dos arquivos levam em consideração a sua estrutura interna e a sua interação com o meio externo. Este modelo utiliza o método quadripolar, que corresponde a um método científico usado nas ciências sociais e consiste na estruturação da investigação em quatro polos, que serão os seus componentes: Epistemológico, Teórico, Técnico e Morfológico, assumindo uma abordagem interdisciplinar, que incorpora a Arquivística na CI. Este método, comum às Ciências Sociais, garante uma atividade de pesquisa adequada às particularidades das Ciências Sociais e desde 1999, que esta proposta metodológica dos belgas Paul De Bruyne, Jacques Herman e Marc De Schoutheete (1974, 1977) é aplicada à CI.
Assim, no polo Epistemológico, consideramos os arquivos como sistemas de informação, no âmbito do paradigma científico, pós-custodial e informacional. No polo Teórico incluem-se os modelos, hipóteses e teorias que foram desenvolvidas e verificadas ao longo da pesquisa, no âmbito do modelo sistémico – Sistema ativo unicelular/pluricelular, centralizado. No polo Técnico procede-se à análise das informações por meio da recolha e respetivo recenseamento da informação, através da criação de questionários, entrevistas e folhas de recolha de dados. Este sustenta-se em princípios de ação estruturante e integração dinâmica. No polo Morfológico, apresentam-se os resultados, como os quadros orgânico-funcionais e catálogos criados, bem como a execução de testes de usabilidade dos instrumentos de acesso.
Este método foi efetivamente aplicado no Arquivo Pessoal Barbedo de Magalhães, nos seguintes pontos: A realização do Quadro Orgânico-Funcional, que consistiu na elaboração de um organograma para descrever a estrutura orgânico-funcional do arquivo, dividindo-o em secções e subsecções baseadas nas fases da vida do produtor e nas suas atividades. O quadro orgânico-funcional foi elaborado através da análise de elementos biográficos, genealógicos e histórico-familiares do autor, o que possibilitou compreender facilmente a distribuição cronológico-contextual dos documentos produzidos e acumulados pelas diferentes fases de uma trajetória de vida. Foi igualmente produzido e utilizado em paralelo com o instrumento de acesso – Catálogo parcial. A estrutura orgânica (definida no Quadro Orgânico-Funcional) foi implementada numa base de dados, criada para o efeito com descrições multinível, seguindo a norma ISAD(G) (Norma Geral Internacional de Descrição Arquivística), sendo compatível com a base de dados Fortis, usada na altura, pela Fundação Mário Soares; foi igualmente criado um instrumento de acesso à informação, consubstanciado num catálogo parcial que facilitou o acesso e recuperação da informação, baseado no quadro orgânico-funcional. Foi ainda realizada a avaliação e validação da aplicação deste modelo com a execução de testes de usabilidade, efetuados com diferentes utilizadores, para avaliar a eficácia dos instrumentos de acesso e controlo criados.
Consideramos que este modelo permite a compreensão do sistema de informação na sua totalidade e complexidade; facilita a reconstituição do contexto originário de criação/acumulação da informação e a preservação da memória do processo; melhora a rapidez e a precisão no acesso e uso da informação. No âmbito da nova Era na Informação e das novas tecnologias, contribui para a preservação da “memória coletiva”. Neste sentido, consideramos que o modelo representa uma alternativa à abordagem “clássica” no tratamento da documentação familiar e pessoal (defendendo a existência de organicidade e funcionalidade próprias, nas entidades que a produziram/coligiram), uma vez que a salvaguarda, tratamento arquivístico e disponibilização de fundos, essencialmente privados, constitui atualmente uma prioridade para o papel que tanto os arquivistas como os investigadores desempenham para a preservação e disponibilização destes fundos, bem como para a realização de estudos aplicados a este tipo de arquivos.
Assim, o modelo sistémico e interativo, oferece uma abordagem inovadora e científica para a organização e gestão de arquivos pessoais, destacando-se da metodologia clássica e proporcionando uma análise mais rica e integrada da informação.
No âmbito dos estágios curriculares da LCTDI, este modelo também tem sido aplicado, por exemplo na: Fundação Cupertino de Miranda – Arquivo Pessoal de Mário Cesariny; Organização do Sistema Informacional de Duarte do Amaral – Aplicação do Modelo Sistémico, entre outros. De referir ainda, que neste ano letivo (23/24), vai ser submetido o relatório: Acervo documental do Professor Doutor Daniel Serrão – Aplicação do Modelo Sistémico- Ordem dos Médicos.
No contexto da aplicação deste modelo acrescento ainda outros trabalhos, como por exemplo:
https://repositorioaberto.up.pt/bitstream/10216/65738/1/000147264.pdf;
https://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/19614.pdf;
(Archivoz) Mais tarde, já o seu projeto doutoral teve como tema um “Estudo da Mediação e uso da Informação nos Arquivos Distritais.” Pode-nos detalhar um pouco essa experiência?
(Milena Carvalho) Sim, claro. Foi uma experiência muito gratificante, muito trabalhosa, mas também bastante angustiante 😊 pois foi um processo muito moroso e exigente.
A tese apresentada em 2014, teve como objetivos: Contextualizar o conceito de Mediação no âmbito da Ciência da Informação e do paradigma pós-custodial; Caracterizar o uso e a Mediação da Informação nos Arquivos Distritais (AD); Identificar a perceção que os utilizadores dos ADs têm da Mediação da Informação a que estão sujeitos e da sua influência no grau de satisfação das suas necessidades de pesquisa; Verificar se os responsáveis dos ADs têm a perceção da Mediação a que os utilizadores estão sujeitos e do impacto desta na satisfação das suas necessidades de pesquisa; e, por fim, Identificar e sugerir medidas para melhor adequar a Mediação praticada às necessidades dos utilizadores e às funções/objetivos atuais e futuro dos ADs.
Foi revelante para o estudo na área de investigação, na medida em que contribuiu para: a inserção da Mediação como conceito operatório da Ciência da Informação; a necessidade de revisão das práticas e objetivos dos ADs, no âmbito da crise, (naquela altura), da mudança de paradigma (custodial para pós-custodial); A necessidade de identificar e caracterizar os diferentes participantes (e seu papel) na Mediação praticada atualmente (naquela altura) nos ADs, decorrente, e no âmbito, da nova Era da Informação; A valorização do acesso à informação por todos, no âmbito da missão de “preservação da memória e identidade coletivas de um povo” preconizada pelos ADs; Salientar a importância da realização de estudos sobre o uso da Informação e necessidades especificas dos utilizadores dos ADs.
A metodologia de investigação usada foi a aplicação do Método Quadripolar. Reforço que este foi formulado, em 1974, por Paul De Bruyne e colaboradores. Traduz-se num método típico da investigação social, qualitativa e anti-positivista. É constituído, como já referi, por 4 polos. No Polo Epistemológico enquadrou-se a Ciência da Informação e os respetivos paradigmas custodial e científico. No Polo Teórico aloca-se a hipótese que surge dentro do conceito operatório de mediação e que o utilizador está dependente da mediação. O Polo Técnico é constituído pelas leituras temáticas, a elaboração dos questionários aos responsáveis e utilizadores dos Ads, bem como as entrevistas semiestruturadas. Por fim, no polo Morfológico faz-se apresentação dos resultados e o tratamento no total das 7 entrevistas aos responsáveis dos ADs e os questionários no total de 24 (responsáveis, somente 1 não respondeu) e no total de 595 inquéritos válidos respondidos pelos utilizadores, bem com a análise dos documentos textuais. Abaixo é possível verificar uma representação esquemática que desenhei para o meu doutoramento e que representa a aplicação do método quadripolar à CI.
Fonte: autoria própria.
Em conclusão, partimos para este trabalho tendo como questão base o estudo e caracterização da Mediação da Informação nos ADs, procurando identificar a perceção que quer utilizadores, quer responsáveis têm desta Mediação, assim como os seus efeitos e implicações no grau de satisfação e atingir dos resultados dos primeiros. O âmbito e objetivos deste trabalho de investigação estenderam-se à contextualização e à evolução do conceito (de Mediação) assim como do papel e missão dos ADs, no sentido de identificar e explicitar as questões paradigmáticas que lhes estão associadas atualmente. Começando por resumir as respostas que fomos obtendo e explicitando ao longo deste trabalho de investigação, relativamente às hipóteses inicialmente formuladas, entendemos elucidativo referir o seguinte:
– Os utilizadores percecionam a influência da mediação praticada pelos ADs, principalmente quando não conseguem atingir os seus objetivos de pesquisa ou quando pelo contrário, as suas espectativas são excedidas; Existem obstáculos de comunicação ou de linguagem que são percecionados pelos utilizadores e que têm naturalmente influência no atingir dos seus objetivos tais como os que resultam da dificuldade na utilização dos instrumentos de acesso disponibilizados sem uma experiência prévia nestes ou sem auxílio dos profissionais dos arquivos; Apesar das dificuldades sentidas pelos utilizadores, quando ainda não estão familiarizados com as ferramentas de acesso, observa-se que em geral existe um grau de satisfação bastante elevado relativamente ao atingir dos seus objetivos. Este fato é explicado em grande medida pela possibilidade de estes recorrerem à ajuda dos profissionais de arquivo, quer presencialmente (solicitando ajuda aos funcionários), quer remotamente (colocando questões por e-mail ou através dos formulários), tendo-se assim demonstrado que os profissionais têm ainda um papel importante na mediação e que existe ainda uma necessidade de ensinar ou explicar aos utilizadores como utilizar determinados instrumentos de pesquisa; Os diferentes graus de formação e outras características dos utilizadores (idade, literacia, experiência prévia ou objetivos de pesquisa) resultam em diferentes necessidades de orientação, constituindo igualmente uma dificuldade ou desafio na criação de novos instrumentos de pesquisa que permitam que os utilizadores sejam mais autónomos; Os responsáveis dos ADs têm perceção que os utilizadores experienciam dificuldades no acesso à informação, no entanto não existe ainda uma preocupação ou cultura dos ADs que permita realizar estudos específicos sobre os processos de mediação ou sobre as necessidades individuais dos utilizadores (existem sobretudo estudos sobre o grau de satisfação destes).
Verifica-se assim, que a falta desta informação dificulta o desenvolvimento de ferramentas de acesso mais dirigidas aos utilizadores, tendo estes de orientar as suas pesquisas segundo as “regras do fornecedor de informação”, ou seja, sujeitando-se à mediação imposta pelo AD, que, de um modo geral, possui ferramentas de acesso ainda baseadas nos métodos tradicionais de pesquisa (índices, catálogos ou inventários) mesmo quando acessíveis em novos formatos (como os formatos eletrónicos disponibilizados presencialmente ou remotamente através da internet); Os ADs promovem já algumas medidas no sentido de melhorar a mediação (tal como a promoção atividades dirigidas ao público geral, como exposições, workshops, serviços educativos ou a criação de newsletters e boletins informativos e de divulgação cultural) e facilitar o acesso dos utilizadores (tal como se verificou com alguns projetos apresentados e já implementados, como o DigitArq ou o CRAV), sendo que a diferente dimensão dos diversos ADs e respetivas diferenças na capacidade de captação fundos e disponibilidade de recursos, assim como as diferentes visões ou formas de gestão dos seus responsáveis, resultem igualmente em diferentes medidas e respetivos resultados.
Além de uma resposta às hipóteses inicialmente formuladas, procuramos proceder a uma contextualização das mesmas e à obtenção de outros resultados ou conclusões igualmente importantes e pertinentes. Assim, durante a realização desta tese, centrada na Mediação da Informação nos ADs, fomos constatando e verificando, no âmbito do enquadramento na Ciência da Informação que predefinimos, assim como sob a nossa perspectiva de análise, que os ADs se encontravam numa fase de mudança ou transição. Esta mudança revela-se e reflete-se nos seus novos papéis, missão e objetivos, nas formas de interação com os seus utilizadores, nos modelos de gestão, formas de acesso e de divulgação da documentação/informação que detêm, ainda que, formalmente ou em termos das suas obrigações ou estatutos legais, estas mudanças não estejam claramente definidas ou assumidas. Por este motivo, consideramos estar perante uma fase de transição, que fomos definindo e explicitando ao longo da tese com os resultados da investigação realizada e respetivos exemplos, suportando igualmente com uma revisão crítica da literatura sobre o tema. Esta fase de transição encontra-se nesta tese apresentada como uma mudança de paradigma, passando-se de um paradigma “custodial” para um novo paradigma “pós-custodial”, como resultado dos avanços sociais, científicos e tecnológicos na nova Era da Informação, tal como procuramos explicitar referenciando autores que defendem e explicam igualmente esta transição sob este prisma de mudança paradigmática, inserindo o conceito de Mediação no âmbito da Ciência da Informação. Na nossa perspectiva, a fase de transição que verificamos e que defendemos para os ADs, começa igualmente a revelar uma contradição implícita entre os objetivos preconizados ou formalmente definidos para os ADs e as necessidades e desafios específicos com que estes se deparam atualmente. Entendemos poder afirmar que esta contradição se encontra subentendida nos resultados da investigação realizada, onde se revelaram uma série de novas funções e necessidades quer relativamente ao papel e atividade dos ADs quer relativamente aos seus profissionais, suas competências, formação e atividade. De facto, um outro resultado observado prende-se com a verificação de que as necessidades, ao nível da formação e de novas competências que os profissionais de arquivos enfrentam hoje, no sentido de poderem responder aos novos papéis, desafios e atividade dos ADs, se alteraram significativamente relativamente aos perfis tradicionais dos profissionais “arquivistas”. Referimo-nos em particular, à necessidade dos atuais profissionais possuírem competências em áreas como as TIC, comunicação, educação, animação cultural, outras tecnologias, etc., além das áreas “tradicionais”, como a paleografia, conservação e restauro, codicologia, normalização técnica ou descrição arquivística, que, não sendo atualmente suficientes, continuam a ser necessárias. Pudemos igualmente observar neste trabalho que atualmente existe uma maior abertura dos ADs a um público cada vez mais diversificado e abrangente, onde a introdução das TIC teve um papel essencial (pela facilidade que o acesso remoto e que a própria presença dos ADs na net, através dos seus sites, proporcionou, assim como pelas novas formas de pesquisa e acesso à informação). Assim, observamos que a par de uma abertura a um público mais vasto (objetivo defendido e desejado por todos os responsáveis dos ADs respondentes ao inquérito ou entrevistados, no sentido do qual já implementaram e continuam a desenvolver novas iniciativas) constatamos igualmente uma maior proximidade dos ADs dos seus utilizadores, quer pelas formas de acesso (internet e acesso remoto) quer pelas atividades e iniciativas proporcionadas e programadas atualmente pelos ADs, no sentido de os aproximar da respetiva comunidade.
Um outro resultado que consideramos relevante, aponta para propostas que entendemos poderão e deverão constituir uma tendência ou linha de desenvolvimento futuro nos ADs. Este consiste na verificação de que apesar da implementação das TICs nos ADs ser atualmente uma realidade irreversível, que se traduziu em diversas melhorias, facilidades e novas oportunidades (facilitando acesso a serviços e pesquisas e permitindo o acesso e divulgação a um público mais vasto, nomeadamente pela possibilidade de acesso remoto), um uso “mais avançado” que as TICs podem possibilitar não é ainda uma realidade. Referimo-nos nomeadamente a uma utilização das novas tecnologias no sentido de proporcionar uma maior participação e interação dos utilizadores em direção a uma mediação tendencialmente mais partilhada e colaborativa. Como exemplo podemos referir os instrumentos de acesso atualmente disponíveis, ainda construídos sobre os instrumentos de pesquisa tradicionais, ainda que com novas possibilidades, como as resultantes do acesso remoto ou digitalização de documentos, mas onde a interatividade e/ou a adaptação dos instrumentos de acesso, em tempo real, em função das necessidades e processos de pesquisa e interação com os utilizadores não se encontra de todo implementada. No seguimento da descrição anterior, entendemos que o nosso estudo evidenciou igualmente a importância e necessidade do estudo das necessidades informacionais dos utilizadores no sentido de permitir a criação de uma nova geração de instrumentos de pesquisa de referência. Tal parece-nos evidente, na medida em que os mecanismos de interação proporcionados pelos instrumentos de acesso, que permitem ao pesquisador a interação e visualização das representações da informação, deverão ser constantemente adaptados a ajustados às necessidades dos diversos, e mutantes, perfis de utilizadores. Resultou igualmente deste trabalho, uma caracterização do utilizador dos arquivos, verificando-se que, comparando com estudos anteriores ou pelas próprias respostas dos responsáveis dos ADs, ainda que uma grande parte dos utilizadores continuem a ser historiadores, genealogistas ou investigadores, já se verificaram grandes mudanças nas tipologias de utilizadores dos ADs, que possuem atualmente um público muito mais vasto e variado. Observamos igualmente que a procura dos serviços e o acesso à informação aos ADs é predominantemente intencional, sendo essencialmente os motivos profissionais que determinam essa necessidade. Ainda que se verifique este resultado, pode igualmente afirmar-se que alguns ADs atuam já no sentido de procurar captar públicos com outros objetivos, tal como propomos e entendemos essencial no âmbito da evolução do seu papel e missão que defendemos.
No âmbito deste estudo tornou-se igualmente patente que as atuais reformas da Administração Pública, no sentido da otimização de recursos e de uma reorganização administrativa, designadamente os programas PRACE e PREMAC, se refletem igualmente em alterações ao nível das funções e responsabilidades dos ADs. Neste sentido, estas reformas (na altura) em curso vêm trazer alguma incerteza e preocupação, obrigando a uma postura proactiva e crítica dos profissionais dos ADs, procurando preservar a qualidade do funcionamento dos serviços de arquivo e da transparência dos seus procedimentos, no sentido da manutenção do seu papel como guardiões da memória coletiva assim como de permitir um acesso livre e democrático a todos os cidadãos à informação que custodiam. Como limitação do trabalho de investigação desenvolvido, assumimos o facto de não ter sido realizada (salvo raras exceções) uma análise dos resultados de forma cruzada, que permitisse por exemplo avaliar os diferentes resultados obtidos para determinada questão correlacionando com parâmetros ou características explicitadas noutras questões. Ainda assim e como se pôde verificar na análise descritiva dos resultados obtidos, foram apontadas algumas correlações sempre que os dados obtidos as permitiram evidenciar. De salientar que a escolha da aplicação de questionários impôs-se porque pretendíamos cobrir a área geográfica de Portugal e das regiões autónomas. Como optamos por questões fechadas, reconhecemos que obtivemos respostas estandardizadas impedindo-nos de colher as diferentes naturezas de cada pessoa inquirida, dificultando assim uma abordagem qualitativa. Todavia, a distribuição de questionários aos responsáveis dos ADs e as visitas que realizámos possibilitou a recolha de dados de indivíduos com estatutos e perspetivas diferentes. Nesse sentido, fundamentou um conhecimento mais aprofundado, complexo e diversificado da realidade observada através da comparação das respostas obtidas em ambos os questionários. Ainda assim consideramos que a comparação estabelecida entre respostas a perguntas semelhantes por grupos distintos possibilitou uma análise de ordem qualitativa.
Resumindo as principais implicações teóricas dos resultados e conclusões obtidos, entendemos importante salientar mais uma vez a fase de mudança em que enquadramos os ADs, cuja mudança de um paradigma “custodial” para um “pós-custodial, informacional e científico” foi explicitada e verificada neste trabalho, salientando igualmente a importância da evolução do conceito de Mediação da Informação. De facto, neste novo âmbito e na perspetiva que assumimos, a Mediação engloba todas as atividades desenvolvidas por todos os profissionais de informação que trabalham nos ADs e não apenas no momento do contacto do utilizador com os instrumentos de acesso e documentos ou na obtenção de informações. Assim todas as ações da prática profissional fazem parte da Mediação que, sob esta perspetiva, é necessariamente partilhada e colaborativa, pois resulta de múltiplos intervenientes, institucionais, tecnológicos, instrumentais e individuais, incluindo quer os profissionais dos ADs assim como os próprios utilizadores. Referindo-nos a implicações mais aplicadas resultado deste estudo, salientamos a importância de se obter um conhecimento mais aprofundado das necessidades e comportamentos informacionais dos utilizadores dos ADs (através da realização de estudos especificamente dirigidos) no sentido de fornecer dados que permitam definir políticas de gestão de serviços de informação, incluindo a criação de ferramentas e produtos informacionais, adaptados aos diferentes perfis de utilizadores, quer os que já utilizam os ADs quer aos novos públicos que importa atrair. Só com este conhecimento será possível criar formas e instrumentos de acesso que possam ir de encontro às necessidades e expectativas dos utilizadores ao mesmo tempo que os tornam mais participativos e autónomos na utilização de ferramentas tendencialmente mais interativas, colaborativas e auto adaptativas ou “inteligentes”.
No sentido da continuidade do trabalho aqui desenvolvido e da prossecução dos objetivos definidos e seu desenvolvimento futuro, sugerimos algumas linhas para potenciais investigações sobre esta temática, tais como:
– A realização de outros estudos especificamente dedicados à identificação das necessidades e comportamentos dos utilizadores, indo além dos inquéritos ao grau de satisfação de utilizadores, utilizando conceitos operatórios como a definição das necessidades de informação, de processos de busca, contexto, situação e meio ambiente, enquadrados no âmbito da CI trans e interdisciplinar. Este enquadramento corresponde aos desafios da nova Era da Informação, em que info comunicamos com uma nova performance, refletida na realidade complexa e híbrida com que nos deparamos (como o hipertexto, a infosfera, etc.) e deverá estar na base dos estudos referidos, no sentido de permitir identificar como podem os ADs responder e corresponder às necessidades explicitadas, em consonância com as suas funções legais, de serviço publico, e de preservação e divulgação da identidade cultural das suas comunidades e da nação;
– O desenvolvimento de investigação especifica sobre como “alavancar” a utilização das TICs nos ADs, no sentido de tornar o acesso à sua informação mais interativo e de permitir uma mediação mais colaborativa, através da criação de parcerias com investigadores, genealogistas, ou outros utilizadores com um conhecimento profundo da realidade dos ADs e dos seus fundos. Assim, poder-se-ia beneficiar do saber e da interação de um publico vasto (através do acesso remoto, que permite o contacto com milhões de utilizadores no ciberespaço) ao serviço de uma melhoria continua e semiautomática dos próprios instrumentos de pesquisa, resultante de uma aprendizagem no decurso da interação com os utilizadores e do seu feedback;
– Consideramos igualmente de grande importância, no momento presente, (na altura) o desenvolvimento de trabalhos e estudos dedicados à adaptação e reorganização dos ADs, no âmbito das reformas e das novas políticas para a Administração Pública, procurando encontrar soluções que possam responder quer aos objetivos de otimização de recursos e reorganização administrativa destas reformas, quer aos papéis e missões dos ADs, no âmbito do novo paradigma pós-custodial e da nova perspetiva de Mediação da Informação nos ADs. A articulação das reformas do Estado com os objetivos e missão dos ADs, procurando a manutenção do seu papel de preservação da identidade cultural de um povo e do real acesso livre e democrático à informação custodiada representa de facto hoje, no nosso entender, um desafio ao qual futuros trabalhos de investigação poderão dar um contributo essencial;
– Entendemos também de grande importância a realização de estudos sobre como continuar a desenvolver e a implementar a web 3.0 nestes sistemas de informação (ADs), utilizando a motores de busca mais “inteligentes”, com base na construção de ontologias, através dos quais se poderá pesquisar a informação pretendida, obtendo assim respostas efetivas às necessidades informacionais dos respetivos utilizadores. Refletindo sobre a metodologia adotada consideramos que esta permitiu o cumprimento dos objetivos definidos inicialmente tendo-nos facultado dados e respostas esclarecedores, permitindo chegar a um conhecimento aprofundado sobre a perceção que os utilizadores e os responsáveis dos ADs têm da mediação da informação assim como da influência desta nos resultados das pesquisas. A opção pelo uso de questionários permitiu-nos recolher informação descritiva passível de ser tratada quantitativamente, mas também elementos que procurámos analisar numa perspetiva qualitativa. Por outro lado, as visitas aos ADs e as entrevistas aos seus responsáveis, facultaram-nos dados complementares aos questionários enriquecendo o nosso estudo com perspetivas mais descritivas e detalhadas da realidade do universo de estudo. Verificamos neste estudo que os ADs possuem funções mediadoras de comunicação no espaço social, com estratégias comunicacionais específicas e por isso com funções de mediação institucionais, mas que se estão a transformar e a coexistir com um novo tipo de mediação emergente – deslocalizada ou dispersa (na Internet, em redes conexas), institucional, coletiva, grupal, pessoal e até anónima, interativa e colaborativa. Entre estes traços caracterizadores, realçamos a interação e os processos colaborativos, sociais, de participação cívica, espontânea e militante, que evoluíram, claramente, no sentido de chamar os utilizadores, preferencialmente born digital ou “nativos digitais” a uma participação ativa ou em rede. Pudemos ainda verificar e defender, que para se atingir uma plena valorização da informação como fenómeno humano e social, é necessário intervir na educação, na colaboração e nas formas de interação com os utilizadores, proporcionando assim a promoção de literacias e meios para o acesso à informação. Seja de âmbito regional ou global, o conhecimento das necessidades específicas dos utilizadores e dos profissionais da informação, reside na herança do património informacional. Como tal, as necessidades de multi-mediações, tornaram-se para nós evidentes, no sentido em que implicam um maior inter-relacionamento com os profissionais e com as formas de pesquisa, exigências trazidas também pelas novas competências técnicas de manuseamento das TIC. Neste sentido, consideramos necessário fomentar a função social e educativa dos ADs, que na nossa perspetiva, está relacionada com as potencialidades educativas destes, no que se refere à captação de novos públicos, mas também na marcação da sua presença na sociedade. Este papel deverá ser realizado em parceria com as universidades, escolas, comunidade envolvente, redes sociais, etc., para que possa existir uma efetiva ligação entre arquivos e escolas. Esta aproximação deverá ser realizada pelos profissionais, utilizando os documentos como testemunho da herança e cultura das comunidades, realizando-se programas a nível nacional e regional, permitindo assim proporcionar à comunidade um maior conhecimento do que é um arquivo e contribuindo igualmente para um maior respeito pelo património documental. Somos assim da opinião de que é através da difusão arquivística, com atividades educativas e programas de carácter permanente, que se permite, de forma prática, o direito dos cidadãos em aceder à cultura e à sua formação. Defendemos que os arquivistas se debrucem sobre a implementação de serviços educativos e sobre a sua conceptualização, pois desta forma, ao multiplicar as formas de acesso à informação arquivística, estar-se-á igualmente a multiplicar os potenciais utilizadores. Na realidade, trata-se de democratizar a informação, isto é, de desenvolver uma atitude que seja efetivamente capaz de promover a inclusão social conferindo aos indivíduos a possibilidade de transformar a informação que utilizam em conhecimento que lhes traga benefício, ressaltando aqui o papel dos arquivos como instituições sociais a quem cabe implementar uma política informacional cada vez mais justa, democrática e acessível. Entendemos igualmente que para os ADs terem a capacidade de responder aos desafios de mediação atuais tal como defendemos, se torna necessário rever a legislação relativa ao acesso à informação nos ADs, rever prazos, condições de incorporação da informação bem como rever funções e procedimentos relativos aos serviços de referência/mediação e funções de difusão/extensão educativa, em âmbitos tradicional e/ou digital e, acima de tudo, realizar uma mediação explícita e colaborativa com todos os intervenientes, acompanhado as reformas da Administração Pública, entendendo a fase de transição, urgente, contínua e pós-custodial, em que situamos os ADs. Concluímos, referindo que os profissionais de informação, mediadores destes serviços de informação, deverão continuar a assumir-se como mediadores, mas com um perfil de especialistas em avaliar, selecionar e fornecer apenas informação útil e pertinente ao utilizador procurando paralelamente afirmar-se como garantes da preservação da memória que consta e decorre da informação que está sob a sua responsabilidade. Este aspeto configura a transição paradigmática que urge empreender, priorizando o acesso à informação, salientando-se, como fica claro na teorização da Escola do Porto, que esta transformação não contempla simplesmente a atualização tecnológica dos arquivos, designadamente por via da introdução das TIC, sendo necessário que simultaneamente se instale, no domínio dos arquivos, e em definitivo, a abordagem crítica, trans e interdisciplinar da CI, já que apenas através deste novo “olhar” se torna possível compreender e empreender uma mediação pós-custodial que traduza uma política informacional inovadora, democratizada, participativa e criativa, potenciando a aproximação dos utilizadores não académicos aos acervos dos arquivos e fazendo-os participar diretamente no processo de criação e/ou revisão das representações da sua informação.
>> prossiga para a parte II da entrevista
>> a terceira parte da entrevista será publicada no dia 12 de junho
Entrevistado
Milena Carla Lima de Carvalho
Milena Carla Lima de Carvalho é doutorada em Ciências Documentais – Especialização em Gestão de Informação e Serviços de Informação ¿ Ciência da Informação (2014) pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, mestre em Arquivos, Bibliotecas e Ciência da Informação pela Universidade de Évora (2008) , Pós-Graduação em Ciências Documentais, variante Arquivo pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto (2003); Pós-graduação em Recursos Humanos pelo Ensino Desenvolvimento e Cooperação CRL, Porto (2002), e Licenciatura em Estudos Europeus pelo Ensino Desenvolvimento e Cooperação CRL, Porto em 1997. Desde 2004, é Docente Sénior em diversos cursos e mestrados do Politécnico. do Porto/Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto (ISCAP). Entre 2012-2018, foi Coordenadora das Bibliotecas da Escola Pós-Graduação de Gestão, do Politécnico do Porto/Escola Superior de Gestão e Estudos Industriais. Desde 2016, é Coordenadora do Programa de Licenciatura em Ciências e Tecnologias da Informação e Documentação (LCTDI). Entre 2016-2017, foi Coordenadora do Mestrado em Informação Empresarial, no Politécnico do Porto/Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto. Entre 2004-2016, coordenou o Gabinete de Relações Públicas do Politécnico do Porto/Escola Superior de Gestão e Estudos Industriais. Está integrada como investigadora no Centro de Investigação Transdisciplinar de Cultura, Espaço e Memória da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. É investigadora do Centro de Estudos Organizacionais e Sociais da Escola Superior de Contabilidade e Administração do Porto, Politécnico do Porto, e Investigadora em Arquivos, Bibliotecas, Informação e Documentação, Universidade de León, Espanha. É membro do Conselho Consultivo do ISCAP; Membro do Júri de candidatos universitários há mais de 23 anos; Desde 2016, Presidente do Júri de seriação dos candidatos à LCTDI. Membro do Conselho de Curso da CTDI: Associação Portuguesa de Gestão de Informação. É também especialista europeia (EX2021D408390) nas áreas de: Arquivos e Bibliotecas – Cultura [Europa Criativa]. Publicou 7 artigos em periódicos. Possui 3 seção(s) de livros e 4 livro(s). Organizou 39 evento(s). Participou de 48 evento(s). Orientou 82 trabalho(s) de conclusão de curso de LSc/BSc e coorientou 13. Participa e/ou participou como bolseiro de doutoramento em 1 projeto(s). Atua na(s) área(s) de Ciências Sociais com ênfase em Mídia e Comunicações com ênfase em Ciência da Informação.No currículo da Ciência Vitae os termos mais frequentes no âmbito da produção científica, tecnológica e artístico-cultural são: Ambientes colaborativos de aprendizagem; Web 2.0; Sistemas de gerenciamento de conteúdo; Ciência da Informação; Informações de mediação; Ciências e tecnologias da documentação e da informação; Literacia da informação; Organização e classificação; Modelo sistêmico e interativo; Estudo orgânico-funcional; Acesso a informação; Comportamento Informacional; Preservação e Conservação; Representação da Informação; Patrimônio informacional; Sustentabilidade; Turismo.
Entrevistadora
Alexandra María Silva Vidal
Editor di contenuti
Archivera en el Archivo Historico de la Iglesia Lusitana (comunión anglicana de Portugal); Miembro de proyetos archivísticos en el Archivo Distrital de Braga.