Abstract:

Nesta entrevista, o Dr. Silvestre Lacerda faz-nos uma retrospetiva da sua carreira, desde o primeiro contacto com o mundo dos arquivos, e as respetivas fontes primárias, até à atualidade, como Diretor-Geral da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB). Da Torre do Tombo, o maior e mais importante arquivo português, apresenta-nos o extraordinário trabalho desenvolvido para dar a conhecer as largas dezenas de km de documentos que tem à sua responsabilidade, tornando-os acessíveis, através da Internet, aos que têm dificuldade em aceder presencialmente ao mesmo, devido à distância física a que se encontram deste organismo. Qual é a documentação, quais são os assuntos mais procurados pelos utilizadores, nacionais e estrangeiros, na Torre do Tombo e para que fins, quais são os documentos, mais antigos e contemporâneos, de que gosta particularmente, considerando a importância dos mesmos, tudo foi respondido pelo Dr. Silvestre Lacerda. De igual modo, considerando a importância do digital, e da digitalização em particular, com vista à disponibilização e preservação da informação, falou-nos, por um lado, das questões ligadas à sua autenticidade e conseguir que esteja disponível no futuro e, por outro, ao direito à privacidade, ao Regulamento Geral da Proteção de Dados. O que é que em concreto a DGLAB pretende guardar de cada pessoa comum, no que respeita aos documentos digitais, tendo em conta a importância da preservação do que nos foi legado e criar as condições para que esse acesso seja continuado? Esta foi outra das questões que nos respondeu, a par da importância que pensa que os arquivos têm para fazer face ao problema da corrupção política e económica, e particularmente na defesa dos direitos e liberdades dos cidadãos. A DGLAB, de que é Diretor-Geral desde 2015, foi outro tema incontornável desta entrevista, dando-nos conta das respetivas prioridades, no presente e para os próximos anos. Como Presidente do Comité Executivo do Conselho Intergovernamental que gere o Programa ADAI-IBERARCHIVOS, para apoio ao desenvolvimento de arquivos ibero-americanos, deu-nos conta de como este programa tem sido fundamental para a cooperação na América Central e América Latina, através de cerca de 7000 projetos de apoio a pequenos arquivos com necessidades específicas, apoio na descrição, formação, etc. O novo coronavírus (SARS-CoV 2) e a COVID-19, que tantos novos desafios colocaram aos arquivos, obrigando os seus responsáveis e colaboradores a adaptar-se a novas metodologias e formas de trabalhar, também não poderia ser esquecido, pelo que nos deu conta de como é que neste período, entre março de 2020 e a atualidade, os arquivos portugueses foram capazes de se reinventar e dar uma resposta eficaz aos problemas e oportunidades surgidas. Para terminar, disse-nos como vê o futuro dos arquivos em Portugal e quais é que pensa serem os grandes desafios e oportunidades para os profissionais da informação. Numa palavra, imperdível!

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